Se você já leu alguns dos meus posts sabe que sou um crítico radical do controle financeiro pessoal, aquela história de anotar gastos por si só. Todo mês a pessoa anota tudo que gastou só pra conferir com a fatura do cartão do crédito ou constatar que realmente não cumpriu nada do que programou.

Anotar gastos é exatamente como uma radiografia: é uma fotografia do momento em que foi tirada no passado. Se isso não vier junto com um diagnóstico, se não vier junto de um tratamento, não resolve nada sozinha. Por isso eu sempre digo: se o seu controle financeiro se resume em anotar gastos PARE IMEDIATAMENTE se você quer sair das dívidas.

Nesse post eu decidi revelar o método que eu e meus colegas da REAL Cultura Financeira utilizamos para fazer o controle financeiros das pessoas, especialmente aquelas que estão sofrendo com dívidas e não aguentam mais a conta no vermelho. Um método simples que compreende em quatro etapas para você para de anotar gastos sem propósito.

Método NEVADA.

1) NOMEAR

Primeiro de tudo você vai listar TODOS os seus gastos. E acredite, essa parte é mais delicada do que parece, porque quando alguém decide listar todos os itens do orçamento, esquece da grande maioria. Exemplos clássicos: comprar roupas, IPVA, seguro do carro, presentes dados aos outros, viagens curtas, e por ai vai…

Pra impedir que isso aconteça, eu preparei essa planilha pra você fazer isso sem errar! Basta clicar aqui e baixar.

2) ESTIMAR

Para começar seu controle financeiro o primeiro passo é Estimar todos os seus gastos. Baixe a nossa planilha neste link para te ajudar a lembrar de todos os seus gastos e leia a primeira aba para você aprender a classificar corretamente. Em seguida coloque os valores estimados de cada um desses itens do seu orçamento.

Vale lembrar que o objetivo aqui não é acertar os centavos. Eu até recomendo que você nem se preocupe em olhar outras planilhas e anotações anteriores. O foco nesse momento e colocar o valor que você acha que gasta.

Ex: O objetivo disso é dar uma visão inicial de como está seu orçamento e o fato de você não procurar em outros lugares tem um efeito FUNDAMENTAL que eu vou explicar já já.

3) VERIFICAR

Agora sim você pode começar a lançar seus gastos. Mas isso ainda não é controle financeiro pessoal. Por enquanto você só está avaliando se as sua estimativa está correta, isto é, o objetivo aqui é na verdade verificar se os valores que você estimou condizem com a realidade. Para isso, você vai comparar os valores realizados 30 (e 60) dias após a data em que você estimou os valores, para fazer a verificação se essa estimativa está ou não correta.

Um detalhe é IMPORTANTÍSSIMO. Essa fase de verificação tem data pra acabar: exatamente dois meses. E isso tem uma razão muito simples de ser. Para que você tenha meios de comparar e ajustar os valores do seu orçamento estimado corretamente você precisa de no mínimo dois meses de lançamentos para comprar.

Usando o exemplo acima, onde você acha que gasta R$ 350 reais por mês com alimentação fora de casa. Supondo que você tenha gasto R$ 450 no primeiro mês, você pode afirmar que subestimou o gasto quando estimou apenas R$ 350? Não! Porque se no segundo mês você gastasse apenas R$ 200 por exemplo, R$ 350 seria um valor bem aproximado da realidade.

Sendo assim você deve anotar seus gastos por dois meses para verificar sua estimativa conforme a tabela que deixei abaixo

4) AJUSTAR

Agora chegou a hora de trazer pra realidade os valores de cada item que você lançou ao longo de dois meses. Nesse momento começam a surgir as primeiras tomadas de consciência.

Comece a observar quais valores você super estimou e principalmente subestimou, ou seja, aqueles que você acreditava gastar menos do que realmente gasta. É bem provável que estejam aí os furos, ou melhor, os “ralos” do seu orçamento.

No exemplo acima, combustível está claramente subestimado, pois a pessoa acreditava que gastava R$ 400, quando na verdade o mínimo dos últimos dois meses foi R$ 580. Essa pessoa, ao perceber que gasta bem mais do que o estimado, começa a entender porque nunca sobra dinheiro e para onde está indo esse dinheiro. Por esse motivo, eu expliquei no item 1) Estimar, que era importante não pegar planilhas ou anotações anteriores, pois é importante que você perceba também, onde sua mente está te sabotando.

5) DEFINIR META

Depois que você ajustou os valores de cada item dos seu orçamento para valores mais próximos da realidade, você fará a coisa mais importante: Definir as metas que vão te levar para onde você deseja!

E por pular essa parte as pessoas cometem o MAIOR ERRO na hora de controlar suas finanças pessoas: sem uma meta você não controla nada, você simplesmente acompanha. É exatamente como como remar sem direção. E pra ficar bem claro vou repetir a frase:

Anotar gastos não é controle, é acompanhamento.

Se todo mês você fecha o seu orçamento no vermelho, endividado, é hora de você definir novos valores para seu orçamento, que façam com que você enxugue seus gastos e comece a fechar no azul. Eu já falei isso nesse post aqui, mas não custa lembrar: Evite cortar gastos que te trazem prazer. O seu exercício será enxugar os excessos, retirar um pouco de todos os gastos do seu orçamento e definir novos valores enxutos para cada gasto.

6) ACOMPANHAR

Somente agora você vai começar a de fato anotar seus gastos da forma correta, ou melhor, com o propósito certo: Acompanhar seus gastos para continuar dentro da meta. 

Se você perceber que está na metade do mês e que falta muito pouco para atingir o valor máximo que você definiu, é hora de colocar o pé no freio para fechar o mês no azul.

Por outro lado, outra coisa IMPORTANTÍSSIMA: se você está próximo do final do mês e ainda está longe do valor máximo, em por exemplo “alimentação fora de casa”, saia com sua família e vá curtir um almoço no final de semana ou aquele jantar agradável naquele lugar que você tanto gosta. Sabe porque?

As metas do seu orçamento são criadas para serem ATINGIDAS, não para ficarem acima ou abaixo. 

E vou te dar dois excelentes motivos para isso: o primeiro é a DISCIPLINA. A pessoa que tenta economizar abaixo da meta é tão indisciplinada quanto a pessoa que extrapola o gasto e fica arranjando desculpa todo mês para justificar os excessos. A segunda razão é a QUALIDADE DE VIDA, pois você não precisa sofrer ou se sacrificar para economizar mais do que você realmente precisa pra sair das dívidas. Basta aprender a fazer isso da forma certa. 😉

E aí, ficou alguma dúvida? Escreve aqui nos comentários que eu te ajudo e esclarecer. Ou se você preferir conhecer o sistema Ondazul que utiliza do método NEVADA pra você, é só clicar no botão abaixo. 😉

Beijo e boraREALizar.

 

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